A lição do Princípio de Pareto na gestão está mais viva do que nunca. Se mantivermos o foco nos 20% que realmente importam, um quinto do tempo de um dia de trabalho (em referência às mais importantes tarefas), provavelmente produziremos quatro quintos dos resultados.
Mas como aplicar essa simples teoria num mundo tão caótico em que vivemos?
Os pesquisadores da Harvard Business Review fizeram neste ano um estudo com 27 CEOs de grandes empresas, cuja a receita anual somam US$ 13,1 bilhões. Observaram que os executivos em estudo trabalharam em média 9,7 horas por dia e 62,5 horas por semana. E 79% do total dos finais de semana, apresentando uma média de 3,9 horas por dia. Em meio a tudo isso, podem ser combinadas horas em reuniões, telefonemas, e-mails e viagens, entre outros.
Ao longo da minha jornada como consultor de negócios, incluindo também vivência em cargos de liderança pelas empresas que já passei em mais de 30 anos de mercado, posso afirmar que os líderes apresentam muitas dificuldades em diferenciar a urgência da prioridade e, não por menos, isso compromete a disciplina.
Ocupando a posição de C-level, eu enfrentei essa dificuldade. Não é tão simples quanto parece distinguir o que é urgente do que seja realmente importante nos negócios. Outro desafio que faz parte da carreira executiva no alto escalão é conquistar a confiança e credibilidade dos colaboradores no médio e longo prazos.
A convergência de tecnologias e a divergência de gerações tem quebrado vários paradigmas que dificultam a aceitação do time. O gestor de hoje precisa estar aberto a aprender, a ser resiliente e acima de tudo persistente. Essas características não se alinham à maioria dos jovens hoje, principalmente das gerações Y e Z. Eles nasceram na era do imediatismo. Não deu certo, troca. E, às vezes, são essas decisões efêmeras que impedem o sucesso a longo prazo de uma empresa.
De fato, independente do perfil do executivo, o que vale mesmo é a última linha, ou seja, os resultados alcançados. A vida executiva é avaliada por um mix de KPIs. O conjunto das áreas dentro da companhia deve funcionar como uma engrenagem. E o conceito de cliente interno deve ser bastante valorizado.
Para superar as metas do ano fiscal é necessário implantar uma gestão ativa e disciplinada. Reflita sobre isso e veja se não é o caso de reorganizar os processos internos de modo a ter mais controle sobre o cumprimento dos prazos, entregas e metas alcançadas. Tem hora que uma visão externa do seu negócio traz conclusões importantíssimas que farão toda a diferença para os resultados do seu negócio.