É inegável que a pandemia proporcionou a maior experiência do mundo no modelo de trabalho home office. Os prejuízos ainda estão sendo contabilizados à medida que os meses avançam. Por outro lado, as empresas consolidam gradativamente alguns resultados, como a redução de custos de infraestrutura e flexibilidade no pagamento de benefícios. E aí vem a pergunta: como fica a produtividade das equipes que estavam acostumadas a trabalhar na empresa e agora vivem uma realidade completamente diferente?
Se você já tentou fazer uma videoconferência com ruídos de eletrodomésticos ou mesmo buscou concentração para redigir um planejamento complexo em meio a latidos e brinquedos infantis em ação, sabe bem que sua performance já não foi a mesma, quando comparada ao outro tipo de isolamento: o da sua área de trabalho no escritório.
O assunto ganhou tanta seriedade que nos EUA a startup Globe, passou a alugar cômodos por hora, na linha do Airbnb, e hoje possui 5,5 mil anfitriões registrados em cidades como Nova York, São Francisco e Miami. Conta com cerca de 10 mil usuários e uma fila de espera de 100 mil clientes.
O isolamento social tem o seu bônus, mas traz uma lista enorme de ônus. Grande parte das empresas adotaram às pressas o modelo home office, mas de fato, não estruturaram processos efetivos de um modelo híbrido de trabalho (corporativo e remoto). A ideia aqui é levarmos este tema a uma reflexão que impacta na excelência operacional de um negócio e, por consequência, nos seus resultados financeiros.
Como envolver as pessoas e aumentar a produtividade na quarentena
O desafio de transformar uma organização, envolvendo pensamento e ação, em momentos de pandemia, é sem dúvida, uma das maiores prioridades dos líderes. Para capacitar o pessoal a pensar na retomada e agir agora para acelerar uma mudança é preciso respeitar as etapas. Projetar, implementar e acelerar a transformação envolve uma conexão à forma como as pessoas “sentem” e “visualizam logicamente” a necessidade de real mudança, antes de tudo. Sem isso, grandes armadilhas são acionadas.
Uma dessas armadilhas é o Burnout. Incertezas, medo e ansiedade geram situações de esgotamento físico e psicológico, em função do acúmulo de situações. Por isso é necessário criar sinergias e a colaboração entre departamentos para alinhar, envolver e fortalecer o time. Desta forma, gera-se um impacto positivo com relação à produtividade.
No momento em que aparentemente as pessoas se sentem mais conformadas com o cenário atual, uma pesquisa recente do instituto Gallup nos EUA revelou que apenas um quarto dos funcionários entrevistados, que pensam na volta ao local de trabalho, estão emocionalmente preparados. Mais outro quarto está relutante em retornar, em função de preocupações em contrair a COVID-19, e metade prefere continuar trabalhando remotamente.
Realinhar para retomar os resultados
Realinhar processos, retomar o desenvolvimento de lideranças, habilidades operacionais e técnicas, fará a diferença para que a equipe volte a atingir o máximo desempenho produtivo.
Os processos envolvem a integração dos recursos essenciais de conhecimento, colaboração e engajamento na cultura corporativa para mudar a maneira como o pessoal atua. Isso passa pela integração multifuncional e modelagem comportamental, alinhamento organizacional e estratégia para criar uma cultura ágil e orientada à resultados.
Por meio de iniciativas de conscientização, como modelo de trabalho, gerenciamento de riscos e segurança, por exemplo, é possível estabelecer uma comunicação mais clara e envolvente.
Pesquisa recente realizada com 375 companhias do país pela Fundação Dom Cabral e Talenses Group, apontou que mais de 70% das empresas entrevistadas esperam a continuação do trabalho remoto, integral ou parcialmente, após o fim da pandemia. A expectativa pela permanência do home office é maior no segmento de serviços (89%), seguido pelas indústrias (79%) e pelo comércio (73%). De forma geral, menos de 30% das empresas tiveram dificuldade em implantar o home office. O maior desafio foi lidar com questões culturais relacionadas a este modelo de trabalho, principalmente na indústria.
Qual é a sua realidade? Conte para nós!
Francisco Loureiro
Presidente da Proudfoot Brasil